Rosane, meu céu!
Mulher sem igual
Forte como barauna
Persistente qual uma onça
Compreensiva por demais
Trabalha de manhã até a noite
Sensível em coisas miúdas
Em coisas maiores idem
Cuida do apartamento
Das casas e dos terrenos
Vive rezando a venda
De uma casa que tem meieiro
Pra um apartamento comprar
Perto da filha barriguda
A doutora professora
Que resolveu se casar.
Vem menino por aí!
Gritou alto o pai, Alberto
Batendo nos peitos com força
E a tia Raquel que se cuide
Há interessado por perto.
Mas voltando para Rosane
Da qual cuido me doando
Trata a todos muito certo
E tudo brilha. Tudo é limpo
Tudo correto, no cantinho
Tira a limpo muito bem.
E como é carinhosa
Sem ser muito manhosa
Ela é o orgulho
Que Deus me deu por companhia
Pra eu terminar meus dias
Contente como a craúna
Que come na minha mão
Aqui na serra de Araruna
Alegria do sertão.
Edmar Claudio
Hoje o dia amanheceu lindo. A minha mulher passou parte dele lavando roupinhas de bebê. O interessante é que são peças de uso das suas filhas quando elas eram crianças bem novas. O motivo de tamanho empenho é que está marcado para junho o nascimento do seu primeiro neto, o Rafael. Ela está muito contente com este acontecimento que lhe chega aos sessenta e quatro anos. Falando com a sua filha gestante perguntou-lhe se aceitaria algumas pecinhas dela própria ao que a mesma respondeu: mande todas que eu aceito! A filha gestante já está com quarenta e três anos e encontra-se numa alegria só. O pai é muito dedicado e espera o primogênito com amor.
No quintal lá de casa há vários tipos de beija-flores. Eu já percebi três espécimes distintas. Um grande, azulado, com o rabo em tesoura. Outro médio, branco e verde. Outro bem pequeno e irrequieto, com o bico tendo uma mancha vermelha. São espertos e rápidos. Passam o dia todo sugando o néctar das flores do jardim. É muito interessante observá-los de perto.
Hoje choveu muito e chove bastante. Levantei-me cedo. Fiz café e tomei um pouco. Fui dar de comer as galinhas. Minha mulher chegou e me fez plantar sementes de milho com ela. Achei bom pois a terra estava molhada. Depois fui pegar ovos no galinheiro e só tinha um. Pus comida para os pássaros. Colei uma cadeira que estava quebrada com massa epoxi. Depois fiquei observando da rede no terraço ao trânsito de pássaros no meu quintal. A sabiá com seus filhotes e o rouxinol em seus ninhos. Que tranquilidade!