Mãezinha do céu!
Eu sabia rezar
Para adornar teus longos cabelos
Com as ondas do além mar
Tão negros e ondulados
Parecendo uma crina
De um poder equino
Que estraçalhasse o dito
E o grito popular
Ao te ver passar!
Mãezinha do mar!
Eu nunca soube nadar
Quase morro afogado
Num açude do Areial
E te ver chorar por mim
Foi doloroso assim
Qual uma febre de agouro
Ou um tifo de mal são
Mãezinha de hoje!
Te vejo tão bela
Tal miúda também
Onde estão os cabelos?
Estão embaixo destes ralos brancos
Onde está o corpo ativo?
Está por trás dos músculos vazios
Que se anunciam
Para baixo e para traz
Onde estará você amanhã?
No meu coração, mainha!
No meu coração!